
Este é um trabalho que foi realizado com muito carinho.
É uma monografia e por isso vocês verão citado vários autores ao longo do material.
Temos receitas e muitas informações.
Aproveitem!
A inflamação é uma doença que está presente em várias doenças e pode ser "combatida com alimentos"
Uma patologia bastante conhecida, porém talvez
pouca associada ao hábito alimentar, é a inflamação ou processo inflamatório,
porém podemos afirmar que é de conhecimento que a dieta pode contribuir para o
surgimento ou controle desta doença. (LEWINSKI: 2010; MARQUES: 2004)
Buscar por
alimentos que possam colaborar no combate à inflamação nos leva aos alimentos
funcionais que tem como definição segundo Segundo
a Portaria n. 398 de 30/04/99 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério
da Saúde.
“Alimento funcional é todo
aquele alimento e/ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas,
quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos
e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão
médica.”
COSTA e ROSA (2008), afirmam que a diversidade de
compostos bioativos nos alimentos e a ampla aplicação terapêutica de tais
compostos justificam a inesgotável busca de conhecimentos acerca das suas
propriedades fisiológicas ou funcionais.
Pensando
no tratamento dietoterápico, a elaboração de um cardápio com características
anti-inflamatórias seria suficiente para o combate à patologia, mas esse fato
não condiz com a realidade. Para o sucesso do tratamento à adesão do paciente é
de fundamental importância, sendo assim se faz necessário resgatar o prazer de
comer e cozinhar através de receitas práticas, saborosas e com custo mais
viáveis (CÔRREA, 2013)
Portanto o propósito do presente trabalho é o
desenvolvimento de receitas com alimentos contendo substâncias bioativas de
ação anti-inflamatórias.
INFLAMAÇÃO
O conjunto de reações bioquímicas, através das
quais os fluídos corporais e os leucócitos circulantes se acumulam no tecido
extra vascular em resposta a lesões e infecções denomina-se inflamação. A
inflamação pode apresentar uma variedade de quadros clínicos, porém,
macroscopicamente podemos perceber: vermelhidão, edema, calor e dor, que são
sinais iniciais do processo inflamatório em sua forma aguda. (CARVALHO E
CARVALHO, 2005) (COUTINHO et all, 2009).
Para Carvalho e Carvalho (2005), podemos observar
os seguintes componentes do processo inflamatório:
- Aumento
do fluxo sanguíneo;
- Aumento da permeabilidade capilar, permitindo que
as células e as moléculas dos mediadores inflamatórios saiam do endotélio e se
dirijam ao local acometido;
- Migração dos leucócitos (neutrófilos e,
posteriormente, monócitos e linfócitos) para fora das vênulas em direção ao
tecido afetado, o que corresponde à quimiotaxia.
Dessa forma fica fácil identificar um local que
apresente processo inflamatório quando o mesmo está macroscopicamente aparente.
Porém, quando a inflamação ocorre nas células, nos órgãos ou tecidos internos,
a situação é mais complexa, e se faz necessário conhecer outros parâmetros para
direcionar o tratamento dietoterápico, como por exemplo, as citocinas envolvidas
no processo inflamatório, e a proteína C reativa marcador bioquímico para
identificação da inflamação. (GERALDO, ALFENAS: 2008)
As
citocinas inflamatórias são muito mais evidentes em pacientes que possuem um
excessivo percentual de gordura corporal total e a Proteína C reativa
ultra-sensível é, um dos mecanismos para determinar o risco de doença
cardiovascular além de ser um marcador de processo inflamatório. (OLSZEWER,
JALDIN: 2008).
CITOCINAS
Citocinas são proteínas que possuem a capacidade de
realizar comunicação entre uma célula e outra através de sinais químicos. Elas
conseguem regular a atividade da célula onde foi produzida a citocina ou mesmo
de outras células. Existem diversos tipos de citocinas e cada tipo tem
múltiplas atividades nos diferentes tipos de células. (GIBNEY et all, 2006)
As citocinas possuem um papel significativo no
processo inflamatório e esse fato pode ser comprovado quando, no fim do século
passado (data que marca a descoberta das citocinas), pode-se melhor entender os
mecanismos de defesa do organismo tanto para manter sua integridade quanto para
a realização da homeostase, já que independente da etiologia dos fatores que
agridem o organismo em relação à sua integridade, a resposta inflamatória
geralmente é parecida, e é mediada por essas citocinas. O prognóstico do
paciente está diretamente relacionado com as citocinas da seguinte forma: quanto maior a elevação dos seus níveis
séricos, pior é o prognóstico do paciente. (CARVALHO E CARVALHO, 2005).
As citocinas mais importantes
do processo inflamatório, segundo Roitt (et all, 2002), são:
- TNF : fator de necrose tumoral. É produzido por monócitos e outras células,
ativa neutrófilos e está envolvida no estado de pró-coagulação;
- IL-1: Interleucina 1. É produzida por monócitos e
células endoteliais. Está presente no processo de calor (febre) durante a
infecção e assim como a TNF está envolvida no estado de pró-coagulação;
- IL-6: Interleucina 6. É produzida por monócitos e
células endoteliais e possui a capacidade de iniciar uma resposta da fase aguda
da inflamação. Está diretamente relacionada ao aumento sérico da proteína C
reativa e das proteínas da fase aguda produzidas durante a inflamação;
- IL-8: Interleucina 8. É produzida por uma grande
variedade de células sendo sua principal característica a quimiotaxia dos
neutrófilos.
A produção local de inúmeros mediadores de fontes
humorais ou celulares é resultado da reação inflamatória, sendo que mais de 30
proteínas plasmáticas reage com o receptor celular específico ou com a membrana
celular diretamente, o que desencadeia a reação de fase aguda, a morte dos
microorganismos patogênicos e a regulação da resposta imune. (KALLUF, 2008).
RADICAIS LIVRES
Átomos
ou moléculas em desequilíbrio, altamente reativos, com um ou mais elétrons não pareados, que buscam
outro elétron para equilibrar-se é uma das definições de radical livre. Sendo
que o radical livre considerado mais nocivo ao organismo é o oxigênio, pois o
mesmo tem a capacidade de transformar-se em superóxido e em peróxido de
hidrogênio. O controle dos radicais livres é o objetivo para o controle de um
organismo em equilíbrio. (BRAGA, 2010).
Podemos
controlar os radicais livres de duas formas, segundo Olszewer et all (1998):
-
O encontro de dois radicais livres: é quando acontece o equilíbrio dos radicais
livres através da doação de um elétron de cada radical, formando assim uma
molécula estável.
-
A segunda forma é através do sistema anti-oxidante do organismo impedindo a
produção e propagação dos radicais livres. Esse sistema é dependente de enzimas
que possuem a capacidade de inibir, até certo limite, a síntese dos radicais
livres. São elas:
·
SOD: Superóxido-dismutase, é dependente de
cobre e zinco composição quando esta localizada no citoplasma, já quando está
situada na mitocôndria é dependente de manganês.
·
CATALASE: localizada no interior dos
peroxissomas, organelas que atuam na desintoxicação do organismo.
·
GLUTATIONA PEROXIDASE: dependente do mineral
selênio, é uma enzima citosólica e intramitocondrial.
ESTRESSE OXIDATIVO
O desequilíbrio entre o sistema antioxidante do
organismo e a ação deletéria dos radicais livres provocando a gênese de várias
doenças é denominado estresse oxidativo. O resultado deletério mais característico
da ação dos radicais livres é a lipoperoxidação, ou seja, a degradação das
membranas celulares que são lipoprotéicas. Entre os diversos males que o
estresse oxidativo pode causar podemos citar o estresse infeccioso (doenças
virais, bacterianas, fúngicas e septicemias). CARVALHO (2004) e BRAGA (2010)
OLSZEWER et all (1998), faz um alerta que o
processo inflamatório é um dos produtores de radicais livres pois devido à
atividade fagocitária ocorre o processo denominado de explosão respiratória com
consequente formação dos seguintes radicais livres: superóxido, singlet e hidroxila. A dieta com alto
índice de lipídios também é uma fonte de radicais livres para o mesmo autor
onde afirma que a sobrecarga de ácidos graxos insaturados ingeridos favorece a
lipoperoxidação, que se exacerbam com a fritura dos alimentos.
HÁBITOS ALIMENTARES E PROCESSO INFLAMATÓRIO
As
doenças crônicas não transmissíveis apresentam uma inflamação crônica de baixa
intensidade em vários estágios de patologias como: obesidade, doenças
cardiovasculares e diabete melito. A proteína C reativa têm sido o marcador
indicativo desta inflamação e estudos sobre alimentos e nutrientes que possuem
substâncias bioativas com propriedades funcionais, principalmente no que se
refere à redução dos níveis de biomarcadores inflamatórios é um campo de
pesquisa futurista relevante. (GERALDO, ALFENAS: 2008)
A DIETA
INFLAMATÓRIA
A
proteína C reativa, que é um marcador inflamatório é produzida em resposta pela
estimulação de citocinas que estão envolvidas no processo inflamatório como é o
caso da Interleucina 6 (IL6). A partir desta informação, pesquisadores norte-americanos
desenvolveram estudos para definirem e validar um índice inflamatório que
avaliasse o potencial inflamatório da dieta. Cada constituinte alimentar pode
influenciar positivamente ou negativamente a produção de fatores inflamatórios
no organismo humano. (LEWINSKI, 2010).
Para
Geraldo e Alfenas (2008), evidências científicas sugerem que os macronutrientes
possam causar estresse oxidativo desencadeando assim o processo inflamatório
crônico de baixa intensidade.
Pujol
(2012), afirma que as maiorias das dietas e dos planos alimentares não
consideram ou ignoram um aspecto fundamental na prevenção de doenças e na
manutenção da saúde: a prevenção ou inibição do surgimento do processo
inflamatório. A mesma autora ainda relata que o hábito alimentar inadequado
serve de base para o surgimento de várias doenças relacionadas com a vida
moderna como as deformações estéticas, rugas e a fibroedema gelóide, a popular
celulite. O caminho para combater estes
malefícios instalados pela má alimentação e o surgimento da inflamação é o
consumo diário de alimentos anti-inflamatórios.
Os
ácidos graxos trans e alimentos com carga glicêmica elevada são apontados como
alimentos de alto poder pró-inflamatório. (PUJOL, 2012)
Geraldo e Alfenas (2008), afirmam sobre os macronutrientes:
·
Lipídios: sugere-se que uma única refeição
com alto teor de lipídios pode elevar as concentrações de interleucina-18
(citocina pró-inflamatória envolvida na desestabilização da placa ateromatosa)
·
Carboidratos: a ingestão de glicose por
indivíduos saudáveis têm sido associada ao aumento da síntese de radicais
livres (superóxido) pelos leucócitos e pelas células monocucleares, bem como a
elevação da quantidade e da atividade do fator nuclear kappabeta (NF-kB), que
regula a atividade de, pelo menos, 125 genes envolvidos na transcrição, a
maioria destes pró-inflamatórios.
Para
Bastos et all (2009), o fator Kappa B (NF-kB) é destaque como via de
sinalização no desencadeamento da resposta inflamatória induzida pela
obesidade, o qual aumenta a expressão de diversos genes que codificam para
proteínas envolvidas na resposta inflamatória e, consequentemente, está ligado
à síntese de doenças crônicas não transmissíveis.
Em
relação aos lipídios e sua relação com a inflamação, o consumo de ácidos graxos
trans, estão mais intimamente
associados à inflamação do que dietas que contêm baixas concentrações deste
tipo de lipídio. Indivíduos que consomem dietas ricas em ácidos graxos trans, apresentam maior concentração
plasmática de proteína C reativa e Interleucina-6. (BASTOS et all, 2009).
ALIMENTOS
ANTI-INFLAMATÓRIOS
GENGIBRE
Nome científico: Zingiber
officinale
Substâncias
bioativas anti-inflamatórias: gingerol, cumarina (composto fenólico)
O rizoma é a parte da planta que deve ser
utilizada e, além de aumentar as secreções gástricas, o que contribui para a
melhora da digestibilidade principalmente de refeições com teor de gordura
acentuado, já que é exatamente nas gorduras que o gengibre irá atuar, esta
planta possui ação anti-inflamatória. (KALLUF, 2008)
Conforme
Moreira (2004), a aplicação dos compostos fenólicos na clínica médica, dá-se ao
fato da ação anti-inflamatória que os mesmos apresentam, no gengibre
encontramos o composto fenólico curcumina além do nutriente selênio. Alguns
alimentos possuem substâncias que atuam diretamente sobre o processo
inflamatório, porém, existem nutrientes que são de fundamental importância para
combater a inflamação, já que a própria inflamação é responsável pela
diminuição do nutriente. Esse nutriente é o selênio. (PASCOAL, et al: 2008).
O
gingerol bloqueia a translocação da subunidade do kappabeta (NF-kB) do
citoplasma para o núcleo, reduzindo assim a resposta inflamatória. (BASTOSA et
all, 2009).
QUERCETINA: UM
FLAVONÓIDE ANTIINFLAMATÓRIO
Buscando-se
alternativas para a complementação e/ou substituição de fármacos para o controle do processo
inflamatório, pesquisas estão sendo aprofundadas e o isolamento de substâncias,
estão sendo utilizadas como protótipos para a síntese de novos fármacos,
crescem a cada dia. Os flavonóides representam um dos grupos fenólicos mais
importantes e diversificados entre os produtos de origem natural, e são
encontrados facilmente em frutas, vegetais, sementes, casca de árvores, raízes,
talos, flores e em seus produtos de preparação, tais como os chás e vinhos.
(COUTINHO et all, 2009)
Segundo
Carvalho (2004), os flavonóides possuem a ação de interromper a
lipoperoxidação.
A
quercetina é um flavonóide que está amplamente distribuída nos alimentos que
estão presentes na rotina alimentar da população, e devido às suas várias
propriedades terapêuticas, muitas delas provenientes dos antioxidantes, este
flavonóide têm sido alvo de amplos estudos e pesquisas para que assim se possa
explorar cada vez mais o potencial de ação terapêutica que a quercetina
apresenta. (BEHLING, 2004)
Segundo
Coutinho (et all, 2009), a quercetina está relacionada, entre às ações de
combate ao processo inflamatórios, podemos citar dois alvos farmacológicos:
- Modulação de células envolvidas na
inflamação como os linfócitos e neutrófilos.
-
Inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias como o fator de Necrose
Tumoral (TNF-α) e a Interleucina-1.
FONTES ALIMENTARES DE QUERCETINA
UVAS E VINHO TINTO
Tanto
as uvas de casca avermelhadas ou roxas assim como o vinho tinto, têm sido
amplamente divulgadas por estudos que demonstram altos teores de antioxidantes
nestes alimentos e seus efeitos benéficos na saúde da população. (SOARES et al,
2008).
Devido
à presença do flavonóide quercetina, no vinho tinto, o mesmo foi caracterizado
pela sua ação anti-inflamatória, imunomoduladora, além da ação anticancerígena.
(ISHIMOTO, 2004).
A
forma mais estável do resveratrol é o trans-resveratrol, e é esta forma que é
encontrados em uvas e também no vinho tinto, estes compostos inibe, in vitro, a expressão de citocinas
pró-inflamatórias. (BASTOS et all, 2009).
MAÇÃ E FRUTAS CÍTRICAS
Segundo
Curti e Salgado (2005), a maçã possui 3 tipos de quercetina presentes em sua
casca: quercetina – 3 - galactosídeo,
quercetina – 3 – glicosídeo, quercetina – 3 – ramnosídeo.
Conforme
relatado por Bastos et all (2009), a ação da quercetina para o combate ao
processo inflamatório é o mesmo que o do licopeno e está abaixo descrito.
Os
fitoquímicos limonóides, há aproximadamente 40 lomonóides nas frutas cítricas,
sendo os principais a limolina, nomilina e o limoneno possuem efeitos
protetores contra uma variedade de cânceres humanos além de combater a
atividade inflamatória e possuírem uma potente atividade antioxidante evitando
assim o estresse oxidativo. A limolina e a nomilina são encontradas no suco de
laranja e da toranja, possuem a capacidade de estimular a enzima com alto poder
antioxidante, a enzima Glutationa-S-Transferase. (CURTI, 2002).
TOMATE, GOIABA E MELANCIA.
Substância
bioativa anti-inflamatória: Licopeno (fitoquímico da família dos carotenóides)
O licopeno é um fitoquímico
da família dos carotenóides que confere
a coloração vermelha e que possui inúmeras propriedades biológicas e que está
presente tanto no tomate quanto na goiaba. Sua biodisponibilidade parece estar
diretamente ligada ao aquecimento, ou seja, “quando ocorre exposição a altas
temperaturas, luz e catalizadores, sete ligações duplas podem ser isomerizadas
à forma mais solúveis e biodisponíveis”. Entre as propriedades biológicas que o
licopeno apresenta, uma delas é a ação anti-inflamatória e função imune graças
à atuação dos antioxidantes que melhoraram a resistência dos linfócitos ao dano
oxidativo. (JUZWIAK, PASCOAL: 2004)
“O licopeno reduz a resposta inflamatória por meio da
inibição in vitro, da expressão gênica das enzimas COX-2 (Ciclooxigenase-2) e
iNos (óxido nítrico sintase), e pela diminuição da translocação do fator de
transcrição NF-kB (kappabeta) do
citoplasma para o núcleo.” (BASTOS et all, 2009).
O
tomate ainda possui um flavonóide denominado campferol que atuam no combate à
inflamação através da inibição das enzimas MAPK (Proteínas Quinases Ativadas
por Mitógenos): ERK e JNK. (BASTOS et all, 2009).
ALHO
Nome
científico: Allium sativum L.
Substância
bioativa anti-inflamatória: ajoeno (composto sulfurado), quercetina
O Ministério da Saúde assim como o FDA (Food and Drug Administration / Administração de Comidas e Remédios) reconhecem
o poder terapêutico do alho em diversas situações patológicas como:
parasitoses, desconfortos gastrintestinais, dislipidemias, verminoses
intestinais, na hipertensão arterial, na doença cardiovascular, câncer, além
das atividades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antiasmáticas. (MARCHIORI,
2005)
AJOENO
(ajocisteína)
Composto sulfurado que possui possível
atividade biológica: prevenção de coágulos, anti-inflamatório, vasodilatador,
hipotensor, antibiótico. (GARCIA – GOMEZ, & SÁNCHEZ-MUNIZ, 2000)
A biodisponibilidade é um dos fatores que
limitam o uso do alho no dia a dia da população, já que o composto sulfurado
ajoeno é extremamente volátil, ou seja, o ideal é consumir o alho in natura,
macerado. (MARCHIORI, 2005)
Já para Pujol (2012) a recomendação é
utilizar de forma abundante na alimentação alho e cebola, pois estes alimentos
são ricos em antioxidantes, em especial a alicia e a quercetina, que auxiliam
no combate ao processo inflamatório do organismo.
RECEITAS
SOPA DE QUINOA COM TOMATE
Ingredientes:
½
xícara de chá de quinoa crua em grão
1
½ xícara de água
1
dente de alho amassado
2
cebolas picadas
2
colheres de sopa de azeite de oliva
3
xícaras de chá de tomates maduros sem pele e sem sementes cortados em cubos
1
talo de salsão picado
1
½ litro de caldo caseiro de carne ou de galinha
1
colher de sobremesa de orégano fresco
Sal
marinho à gosto.
Modo
de preparo:
Cozinhe
a quinoa em água por 15 minutos e reserve. Em uma panela grande, doure o alho e
a cebola no azeite. Acrescente o tomate e o salsão. Deixe cozinhar por 10
minutos (ou até os tomates desmancharem) junte o caldo. Tempere com o orégano e o sal. Por último, acrescente
a quinoa cozida e desligue o fogo. Sirva quente.
Obs.: Receita retirada da
Revista Brasileira de Nutrição funcional. Página 67.
MOLHO DE TOMATE COM
MELANCIA
Ingredientes:
8
tomates maduros
2
xícaras de chá de melancia picadas em cubos
6
dentes de alho amassados
2
cebolas raladas
Sal
à gosto
3
colheres de sopa de azeite de oliva
3
colheres de sopa de vinagre de maçã
1
colher de café de orégano
Modo
de preparo:
Corte
a melancia, separe a polpa vermelha, retire as sementes e pique em cubos.
Retire a pele dos tomates, corte-os em pedaços bem miúdos. Liquidifique os
tomates juntamente com a melancia e reserve. Leve ao fogo uma panela com ½
colher de sopa de água, o alho e a cebola e refogue até que fiquem
transparentes, acrescente os tomates liquidificados juntamente com a melancia.
Mexa bem. Cozinhe em fogo brando por 20 minutos. Tempere com sal, azeite,
vinagre e orégano.
SOPA DE
ABÓBORA COM GENGIBRE
Ingredientes:
400g
de abóbora cabotiã
½
cebola roxa picada
500ml
de água
5g
de gengibre
2
colheres de sopa de cheiro verde picado
Sal
e pimenta à gosto
Modo
de preparo:
Coloque
todos os ingredientes em uma panela e cozinhe até que a abóbora fique macia.
Liquidifique e acerte o tempero. Utilize azeite de oliva para servir.
BOLO DE LARANJA COM GENGIBRE
E LINHAÇA
Ingredientes:
1
pedaço pequeno de gengibre ralado
6
colheres de sopa de manteiga
1 ½
xícara de chá de açúcar mascavo
2 ½
xícara de chá de farinha de trigo
1
colher de sopa de fermento em pó
1
xícara de chá de suco de laranja
200g
de iogurte desnatado
½
xícara de chá de sementes de linhaça
3
claras batidas em neve
Modo
de preparo:
Ligue
o forno à temperatura média. Bata na batedeira o gengibre com 5 colheres de
sopa de manteiga e o açúcar mascavo por 5 minutos. Sem parar de bater, adicione
a farinha de trigo peneirada com o fermento, alternando com o suco de laranja e
o iogurte. No final, acrescente as sementes de linhaça (reserve 1 colher de
sopa). Incorpore as claras em neve e mexa delicadamente até a massa ficar
homogênea. Despeje a massa numa assadeira de 25cm de diâmetro, untada com a
manteiga restante, polvilhe as sementes de linhaça reservadas. Leve ao forno
por 35 minutos ou até que enfiando um palito no bolo ele saia limpo. Retire do
forno, desenforme o bolo e deixe esfriar.
Obs.: Receita retirada da Revista Nutrição
Saúde & Performance, p21.
SALADA DE
PEPINO E ABACAXI
Segundo
Haigh (2009), o abacaxi tem alto teor de bromelina, uma enzima capaz de reduzir
inflamações e inchaços, além de auxiliar na digestão. Trata-se de uma fruta
cítrica e por isso contêm em sua composição substâncias bioativas
anti-inflamatórias acima descritas.
Ingredientes:
300g
de pepinos descascados em rodelas finas
300g
de abacaxi fresco descascado picado bem miúdo
2
colheres de sopa de maionese com limão
Folhas
frescas de hortelã à gosto
Modo
de preparo:
Coloque
o pepino em um escorredor de macarrão ou peneira, salpique um pouco de sal e
deixe descansar por 4 minutos. Enxague o pepino em água corrente e esprema o
excesso de água. Numa saladeira, coloque o pepino e o abacaxi e misture. Deixe
na geladeira por duas horas e acrescente a maionese. Enfeite com as folhas de
hortelã no momento de servir.
Obs.: Receita retirada do livro 100
Receitas de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 38.
SUCO
PURIFICADOR DE UVA
Ingredientes:
20
uvas sem sementes
6
talos de salsão
Um
punhado de agrião
Modo
de preparo:
Processe
os ingredientes em uma centrífuga, alternando as uvas, o salsão e o agrião.
Misture bem e beba imediatamente.
Obs.: Receita retirada do livro 100 Receitas
de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 45.
MISTURINHA BOA
Ingredientes:
½
maçã vermelha
½
maçã verde
20
bagos de uva Itália vermelha
20
bagos de uva Itália branca
1
iogurte desnatado
1
colher de sopa de mel
2
colheres de sopa de granola
Modo
de preparo:
Misture
todos os ingredientes.
Dica:
acrescente castanhas e semente de linhaça dourada.
MAÇÃS ASSADAS
Ingredientes:
55g
de manteiga sem sal
4
colheres de chá de frutas vermelhas
4
colheres de chá de açúcar cristal
4
colheres de chá de amêndoas em flocos
1
colher de chá de canela em pó
Uma
pitada de noz-moscada em pó
2
maçãs assadas, sem casca e sem miolo
1
colher de iogurte desnatado
1
colher de creme de leite light
Modo
de preparo:
Pré-aqueça
o forno a 180°C. Misture todos os ingredientes numa vasilha, exceto as maçãs, o
creme de leite e o iogurte. Divida a mistura em duas partes iguais e recheie as
maçãs. Embrulhe cada uma separadamente em papel-alumínio e asse durante20
minutos. Sirva com o iogurte e o creme de leite misturados.
Obs.: Receita retirada do livro 100
Receitas de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 46.
PATÊ DE TOFU
COM ALHO
Ingredientes:
500g
de queijo de soja (tofu)
Suco
de 2 limões
3
dentes de alho amassados
Quanto
baste de azeite de oliva
Sal
marinho à gosto
Pimenta
síria moída na hora à gosto
Modo
de preparo:
Amasse
o queijo tofu e tempere com o restante dos ingredientes.
MOLHO DE
MOSTARDA E ALHO PARA SALADAS
Ingredientes:
1
copo de iogurte natural desnatado
2
colheres de sopa de suco de limão
1
colher de sopa de mostarda
1
colher de café de grãos de mostarda
1
dente de alho passado pelo espremedor 2 vezes
Sal
marinho a gosto
Azeite
extra virgem a gosto.
Modo
de preparo:
Misture
todos os ingredientes. Leve ao refrigerador até o momento de servir.
OU SEJA......
Comer
apenas para sentir-se com o estômago cheio já não faz parte da maioria da
população que hoje está atenta para a necessidade de consumir alimentos que
irão contribuir, ou ao menos, não prejudicar a saúde.
Todos
os veículos de comunicação disponibilizam diariamente informações sobre dietas
e alimentação saudável.
Porém,
estas informações chegam de forma generalizada para a população e o uso de um
plano alimentar para ser satisfatório e atingir os objetivos de quem o faz é
necessário à consulta de um profissional nutricionista.
Trabalhar
com reeducação alimentar é o básico e muitas vezes não contribui para atingir o
objetivo almejado tanto do paciente quanto do nutricionista. A nutrição clínica
funcional vem justamente nesta busca pelo aprofundamento científico e
necessário para que os profissionais nutricionistas possam ter mais uma
“ferramenta” científica para aprimorar seu atendimento.
Esse
trabalho reúne informações sobre como atuar dentro da nutrição clínica
funcional utilizando alimentos com ação anti-inflamatória.
O
importante é ressaltar que atuar dessa forma não complica o processo, ao invés
disso simplifica, pois direciona melhor o tratamento e deixa o paciente
satisfeito com o resultado obtido.
Maiores
estudos sobre os alimentos funcionais, substâncias bioativas, nutrientes
funcionais precisam ser desenvolvidos para que se possa a cada dia melhorar o
atendimento nutricional e assim contribuir para que a população se conscientize
e envelheça com saúde e bem estar.
REFERÊNCIAS
Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário
de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. Brasília: Anvisa: 2011.126p
BASTOS,
D. H. M., ROGERO, M. M., ARÊAS, J. A. G. Mecanismos
de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de
processosinflamatórios relacionados à obesidade . Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia e Metabologia. São Paulo: SP. 2009.
BEHLING,
B. E., et al. Flavonóide quercetina:
aspectos gerais e ações biológicas. Departamento de Alimentos e Nutrição –
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP.
Araraquara: SP, v15, n.3, p285-292, 2004.
BRAGA,
S., Dieta Ortomolecular: O segredo de
rejuvenescer em total harmonia. Osasco: Sp. Novo Século Editora, 2010.
CARVALHO,
P. R.C., Medicina Ortomolecular: Um guia
completo sobre os nutrientes e suas propriedades terapêuticas. Rio de
Janeiro: RJ. Editora Nova Era, 3ª edição. 2004.
COUTINHO,
M. A. S., MUZITANO, M. F., COSTA, S. S., Flavonóides: Potenciais agentes
terapêuticos para o processo inflamatório. Revista
Virtual de Química, Volume 01, Número 3, p 241-256. 2009.
CURTI,
F., SALGADO, J. M., Maçã: A fruta vermelha que cuida do nosso sangue. Nutrição: Saúde & Performance. São
Paulo: SP, p 06-010, ano 6 edição 26, 2005.
CURTI,
F. Frutas cítricas: outro importante alimento funcional na dieta do
mediterrâneo. Nutrição: Saúde &
Performance. São Paulo: SP, p31, ano 4 edição 16, 2002.
GARCIA-GÓMEZ
L., SÁNCHEZ-MUNIZ, F., Revisión: Efectos
cardiovasculares del ajo (Allium sativum). Arch Lat Am Nutr, 2000.
GERALDO,
J. M., ALFENAS, R. de C. G., Papel da
dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica: evidências atuais.
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo: SP. 2008.
GIBNEY,
M. J., MACDONALD, I. A., ROCHE, H. M. Nutrição
& Metabolismo. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006. Capítulo 13.
HAIGH,
C., 100 Receitas de saúde: alimentos
para a imunidade. São Paulo: SP. Publifolha, 2ª edição, 2009.
ISHIMOTO,
E.Y. Uva, Vinho e Qualidade de Vida. Nutrição:
Saúde & Performance, São Paulo: SP, p53/p55, ano 4 edição 22, 2004.
JUZWIAK,
C. R., PASCOAL, V. Tomate e Goiaba. Nutrição:
Saúde & Performance, São Paulo: SP, p50/p52, ano 4 edição 22, 2004.
KALLUF,
L., Fitoterapia Funcional: Dos
princípios ativos à prescrição de fitoterápicos. São Paulo, SP: VP Editora,
2008.
MÁRCIA,
S., et al, Compostos fenólicos e atividade antioxidante da casca de uvas
niágaras e isabel. Revista Brasileira de
Fruticultura. Jaboticabal: SP, V30, n1, p.059-064, Março 2008.
MARCHIORI,
F. V., Alho: Descubra como o alho pode
favorecer muito a sua saúde. São Paulo, SP: Scortecci, 2205.
MARCHIORI,
V. SAKAMOTO, E. Gengibre. Nutrição:
Saúde & Performance, São Paulo: SP, p21, ano 7 edição 31, 2006.
MOREIRA,
A. V. B., Especiarias: Fontes importantes de compostos fenólicos antioxidantes.
Nutrição: Saúde & Performance, São
Paulo: SP, p32/p34, ano 4 edição 22, 2004.
MURA,
J. D. P., SANT’ANNA, V. Receita funcional: Sopa de quinoa com tomate. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, São
Paulo: SP, p 67, ano 11 edição 46, 2010.
OLSZEWER,
E., NAVEIRA, M., GARCIA, S. Nutrição
Ortomolecular. São Paulo: SP. Tecnopress Editora e Publicidade Ltda. 1998.
OLSZEWER,
E., JALDIN, C. Visão da prática
Ortomolecular na Obesidade. São Paulo: SP. Multimídia Editora, 2008.
PASCOAL,
V. et al, Suplementação Funcional
Magistral: dos nutrientes aos compostos bioativos. São Paulo: SP, VP
Editora, 2008.
PUJOL,
A. P., Nutrição aplicada à estética.
Rio de Janeiro, RJ : Editora Rubio LTDA, 2012.
ROITT I., BROSTOFF J., MALE D.: Cell
Migration and Inflammation. In: Immunology. Mosby, Barcelona, 6th Ed, 2002;
48.
Mt bom
ResponderExcluir