sábado, 10 de janeiro de 2015

PODEMOS COMBATER A INFLAMAÇÃO COM ALIMENTOS?


Este é um trabalho que foi realizado com muito carinho.

É uma monografia e por isso vocês verão citado vários autores ao longo do material.
Temos receitas e muitas informações.
Aproveitem!

A inflamação é uma doença que está presente em várias doenças e pode ser "combatida com alimentos"



Uma patologia bastante conhecida, porém talvez pouca associada ao hábito alimentar, é a inflamação ou processo inflamatório, porém podemos afirmar que é de conhecimento que a dieta pode contribuir para o surgimento ou controle desta doença. (LEWINSKI: 2010; MARQUES: 2004)
Buscar por alimentos que possam colaborar no combate à inflamação nos leva aos alimentos funcionais que tem como definição segundo Segundo a Portaria n. 398 de 30/04/99 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
“Alimento funcional é todo aquele alimento e/ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.”
COSTA e ROSA (2008), afirmam que a diversidade de compostos bioativos nos alimentos e a ampla aplicação terapêutica de tais compostos justificam a inesgotável busca de conhecimentos acerca das suas propriedades fisiológicas ou funcionais.
Pensando no tratamento dietoterápico, a elaboração de um cardápio com características anti-inflamatórias seria suficiente para o combate à patologia, mas esse fato não condiz com a realidade. Para o sucesso do tratamento à adesão do paciente é de fundamental importância, sendo assim se faz necessário resgatar o prazer de comer e cozinhar através de receitas práticas, saborosas e com custo mais viáveis (CÔRREA, 2013)
Portanto o propósito do presente trabalho é o desenvolvimento de receitas com alimentos contendo substâncias bioativas de ação anti-inflamatórias.
 INFLAMAÇÃO
O conjunto de reações bioquímicas, através das quais os fluídos corporais e os leucócitos circulantes se acumulam no tecido extra vascular em resposta a lesões e infecções denomina-se inflamação. A inflamação pode apresentar uma variedade de quadros clínicos, porém, macroscopicamente podemos perceber: vermelhidão, edema, calor e dor, que são sinais iniciais do processo inflamatório em sua forma aguda. (CARVALHO E CARVALHO, 2005) (COUTINHO et all, 2009).
Para Carvalho e Carvalho (2005), podemos observar os seguintes componentes do processo inflamatório:
-   Aumento do fluxo sanguíneo;
- Aumento da permeabilidade capilar, permitindo que as células e as moléculas dos mediadores inflamatórios saiam do endotélio e se dirijam ao local acometido;
- Migração dos leucócitos (neutrófilos e, posteriormente, monócitos e linfócitos) para fora das vênulas em direção ao tecido afetado, o que corresponde à quimiotaxia.
Dessa forma fica fácil identificar um local que apresente processo inflamatório quando o mesmo está macroscopicamente aparente. Porém, quando a inflamação ocorre nas células, nos órgãos ou tecidos internos, a situação é mais complexa, e se faz necessário conhecer outros parâmetros para direcionar o tratamento dietoterápico, como por exemplo, as citocinas envolvidas no processo inflamatório, e a proteína C reativa marcador bioquímico para identificação da inflamação. (GERALDO, ALFENAS: 2008)
As citocinas inflamatórias são muito mais evidentes em pacientes que possuem um excessivo percentual de gordura corporal total e a Proteína C reativa ultra-sensível é, um dos mecanismos para determinar o risco de doença cardiovascular além de ser um marcador de processo inflamatório. (OLSZEWER, JALDIN: 2008).
CITOCINAS
Citocinas são proteínas que possuem a capacidade de realizar comunicação entre uma célula e outra através de sinais químicos. Elas conseguem regular a atividade da célula onde foi produzida a citocina ou mesmo de outras células. Existem diversos tipos de citocinas e cada tipo tem múltiplas atividades nos diferentes tipos de células. (GIBNEY et all, 2006)
As citocinas possuem um papel significativo no processo inflamatório e esse fato pode ser comprovado quando, no fim do século passado (data que marca a descoberta das citocinas), pode-se melhor entender os mecanismos de defesa do organismo tanto para manter sua integridade quanto para a realização da homeostase, já que independente da etiologia dos fatores que agridem o organismo em relação à sua integridade, a resposta inflamatória geralmente é parecida, e é mediada por essas citocinas. O prognóstico do paciente está diretamente relacionado com as citocinas da seguinte forma:  quanto maior a elevação dos seus níveis séricos, pior é o prognóstico do paciente. (CARVALHO E CARVALHO, 2005).
As citocinas mais importantes do processo inflamatório, segundo Roitt (et all, 2002), são:
- TNF : fator de necrose tumoral. É  produzido por monócitos e outras células, ativa neutrófilos e está envolvida no estado de pró-coagulação;
- IL-1: Interleucina 1. É produzida por monócitos e células endoteliais. Está presente no processo de calor (febre) durante a infecção e assim como a TNF está envolvida no estado de pró-coagulação;
- IL-6: Interleucina 6. É produzida por monócitos e células endoteliais e possui a capacidade de iniciar uma resposta da fase aguda da inflamação. Está diretamente relacionada ao aumento sérico da proteína C reativa e das proteínas da fase aguda produzidas durante a inflamação;
- IL-8: Interleucina 8. É produzida por uma grande variedade de células sendo sua principal característica a quimiotaxia dos neutrófilos.
A produção local de inúmeros mediadores de fontes humorais ou celulares é resultado da reação inflamatória, sendo que mais de 30 proteínas plasmáticas reage com o receptor celular específico ou com a membrana celular diretamente, o que desencadeia a reação de fase aguda, a morte dos microorganismos patogênicos e a regulação da resposta imune. (KALLUF, 2008).
 RADICAIS LIVRES
Átomos ou moléculas em desequilíbrio, altamente reativos, com  um ou mais elétrons não pareados, que buscam outro elétron para equilibrar-se é uma das definições de radical livre. Sendo que o radical livre considerado mais nocivo ao organismo é o oxigênio, pois o mesmo tem a capacidade de transformar-se em superóxido e em peróxido de hidrogênio. O controle dos radicais livres é o objetivo para o controle de um organismo em equilíbrio. (BRAGA, 2010).
Podemos controlar os radicais livres de duas formas, segundo Olszewer et all (1998):
- O encontro de dois radicais livres: é quando acontece o equilíbrio dos radicais livres através da doação de um elétron de cada radical, formando assim uma molécula estável.
- A segunda forma é através do sistema anti-oxidante do organismo impedindo a produção e propagação dos radicais livres. Esse sistema é dependente de enzimas que possuem a capacidade de inibir, até certo limite, a síntese dos radicais livres. São elas:
·         SOD: Superóxido-dismutase, é dependente de cobre e zinco composição quando esta localizada no citoplasma, já quando está situada na mitocôndria é dependente de manganês.
·         CATALASE: localizada no interior dos peroxissomas, organelas que atuam na desintoxicação do organismo.
·         GLUTATIONA PEROXIDASE: dependente do mineral selênio, é uma enzima citosólica e intramitocondrial.
ESTRESSE OXIDATIVO
O desequilíbrio entre o sistema antioxidante do organismo e a ação deletéria dos radicais livres provocando a gênese de várias doenças é denominado estresse oxidativo. O resultado deletério mais característico da ação dos radicais livres é a lipoperoxidação, ou seja, a degradação das membranas celulares que são lipoprotéicas. Entre os diversos males que o estresse oxidativo pode causar podemos citar o estresse infeccioso (doenças virais, bacterianas, fúngicas e septicemias). CARVALHO (2004) e BRAGA (2010)
OLSZEWER et all (1998), faz um alerta que o processo inflamatório é um dos produtores de radicais livres pois devido à atividade fagocitária ocorre o processo denominado de explosão respiratória com consequente formação dos seguintes radicais livres: superóxido, singlet e hidroxila. A dieta com alto índice de lipídios também é uma fonte de radicais livres para o mesmo autor onde afirma que a sobrecarga de ácidos graxos insaturados ingeridos favorece a lipoperoxidação, que se exacerbam com a fritura dos alimentos.
HÁBITOS ALIMENTARES E PROCESSO INFLAMATÓRIO
As doenças crônicas não transmissíveis apresentam uma inflamação crônica de baixa intensidade em vários estágios de patologias como: obesidade, doenças cardiovasculares e diabete melito. A proteína C reativa têm sido o marcador indicativo desta inflamação e estudos sobre alimentos e nutrientes que possuem substâncias bioativas com propriedades funcionais, principalmente no que se refere à redução dos níveis de biomarcadores inflamatórios é um campo de pesquisa futurista relevante. (GERALDO, ALFENAS: 2008)

A DIETA INFLAMATÓRIA
A proteína C reativa, que é um marcador inflamatório é produzida em resposta pela estimulação de citocinas que estão envolvidas no processo inflamatório como é o caso da Interleucina 6 (IL6). A partir desta informação, pesquisadores norte-americanos desenvolveram estudos para definirem e validar um índice inflamatório que avaliasse o potencial inflamatório da dieta. Cada constituinte alimentar pode influenciar positivamente ou negativamente a produção de fatores inflamatórios no organismo humano. (LEWINSKI, 2010).
Para Geraldo e Alfenas (2008), evidências científicas sugerem que os macronutrientes possam causar estresse oxidativo desencadeando assim o processo inflamatório crônico de baixa intensidade.
Pujol (2012), afirma que as maiorias das dietas e dos planos alimentares não consideram ou ignoram um aspecto fundamental na prevenção de doenças e na manutenção da saúde: a prevenção ou inibição do surgimento do processo inflamatório. A mesma autora ainda relata que o hábito alimentar inadequado serve de base para o surgimento de várias doenças relacionadas com a vida moderna como as deformações estéticas, rugas e a fibroedema gelóide, a popular celulite.  O caminho para combater estes malefícios instalados pela má alimentação e o surgimento da inflamação é o consumo diário de alimentos anti-inflamatórios.
Os ácidos graxos trans e alimentos com carga glicêmica elevada são apontados como alimentos de alto poder pró-inflamatório. (PUJOL, 2012)
Geraldo  e Alfenas (2008), afirmam sobre os macronutrientes:
·         Lipídios: sugere-se que uma única refeição com alto teor de lipídios pode elevar as concentrações de interleucina-18 (citocina pró-inflamatória envolvida na desestabilização da placa ateromatosa)
·         Carboidratos: a ingestão de glicose por indivíduos saudáveis têm sido associada ao aumento da síntese de radicais livres (superóxido) pelos leucócitos e pelas células monocucleares, bem como a elevação da quantidade e da atividade do fator nuclear kappabeta (NF-kB), que regula a atividade de, pelo menos, 125 genes envolvidos na transcrição, a maioria destes pró-inflamatórios.
Para Bastos et all (2009), o fator Kappa B (NF-kB) é destaque como via de sinalização no desencadeamento da resposta inflamatória induzida pela obesidade, o qual aumenta a expressão de diversos genes que codificam para proteínas envolvidas na resposta inflamatória e, consequentemente, está ligado à síntese de doenças crônicas não transmissíveis.
Em relação aos lipídios e sua relação com a inflamação, o consumo de ácidos graxos trans, estão mais intimamente associados à inflamação do que dietas que contêm baixas concentrações deste tipo de lipídio. Indivíduos que consomem dietas ricas em ácidos graxos trans, apresentam maior concentração plasmática de proteína C reativa e Interleucina-6. (BASTOS et all, 2009).
 ALIMENTOS ANTI-INFLAMATÓRIOS
 GENGIBRE
Nome científico: Zingiber officinale
Substâncias bioativas anti-inflamatórias: gingerol, cumarina (composto fenólico)
O rizoma é a parte da planta que deve ser utilizada e, além de aumentar as secreções gástricas, o que contribui para a melhora da digestibilidade principalmente de refeições com teor de gordura acentuado, já que é exatamente nas gorduras que o gengibre irá atuar, esta planta possui ação anti-inflamatória. (KALLUF, 2008)
Conforme Moreira (2004), a aplicação dos compostos fenólicos na clínica médica, dá-se ao fato da ação anti-inflamatória que os mesmos apresentam, no gengibre encontramos o composto fenólico curcumina além do nutriente selênio. Alguns alimentos possuem substâncias que atuam diretamente sobre o processo inflamatório, porém, existem nutrientes que são de fundamental importância para combater a inflamação, já que a própria inflamação é responsável pela diminuição do nutriente. Esse nutriente é o selênio. (PASCOAL, et al: 2008).
O gingerol bloqueia a translocação da subunidade do kappabeta (NF-kB) do citoplasma para o núcleo, reduzindo assim a resposta inflamatória. (BASTOSA et all, 2009).
QUERCETINA: UM FLAVONÓIDE ANTIINFLAMATÓRIO
Buscando-se alternativas para a complementação e/ou substituição  de fármacos para o controle do processo inflamatório, pesquisas estão sendo aprofundadas e o isolamento de substâncias, estão sendo utilizadas como protótipos para a síntese de novos fármacos, crescem a cada dia. Os flavonóides representam um dos grupos fenólicos mais importantes e diversificados entre os produtos de origem natural, e são encontrados facilmente em frutas, vegetais, sementes, casca de árvores, raízes, talos, flores e em seus produtos de preparação, tais como os chás e vinhos. (COUTINHO et all, 2009)
Segundo Carvalho (2004), os flavonóides possuem a ação de interromper a lipoperoxidação.
A quercetina é um flavonóide que está amplamente distribuída nos alimentos que estão presentes na rotina alimentar da população, e devido às suas várias propriedades terapêuticas, muitas delas provenientes dos antioxidantes, este flavonóide têm sido alvo de amplos estudos e pesquisas para que assim se possa explorar cada vez mais o potencial de ação terapêutica que a quercetina apresenta. (BEHLING, 2004)
Segundo Coutinho (et all, 2009), a quercetina está relacionada, entre às ações de combate ao processo inflamatórios, podemos citar dois alvos farmacológicos:
 - Modulação de células envolvidas na inflamação como os linfócitos e neutrófilos.
- Inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias como o fator de Necrose Tumoral (TNF-α) e a Interleucina-1.
FONTES ALIMENTARES DE QUERCETINA
 UVAS E VINHO TINTO
Tanto as uvas de casca avermelhadas ou roxas assim como o vinho tinto, têm sido amplamente divulgadas por estudos que demonstram altos teores de antioxidantes nestes alimentos e seus efeitos benéficos na saúde da população. (SOARES et al, 2008).
Devido à presença do flavonóide quercetina, no vinho tinto, o mesmo foi caracterizado pela sua ação anti-inflamatória, imunomoduladora, além da ação anticancerígena. (ISHIMOTO, 2004).
A forma mais estável do resveratrol é o trans-resveratrol, e é esta forma que é encontrados em uvas e também no vinho tinto, estes compostos inibe, in vitro, a expressão de citocinas pró-inflamatórias. (BASTOS et all, 2009).
 MAÇÃ E FRUTAS CÍTRICAS
Segundo Curti e Salgado (2005), a maçã possui 3 tipos de quercetina presentes em sua casca: quercetina – 3 -  galactosídeo, quercetina – 3 – glicosídeo, quercetina – 3 – ramnosídeo.
Conforme relatado por Bastos et all (2009), a ação da quercetina para o combate ao processo inflamatório é o mesmo que o do licopeno e está abaixo descrito.
Os fitoquímicos limonóides, há aproximadamente 40 lomonóides nas frutas cítricas, sendo os principais a limolina, nomilina e o limoneno possuem efeitos protetores contra uma variedade de cânceres humanos além de combater a atividade inflamatória e possuírem uma potente atividade antioxidante evitando assim o estresse oxidativo. A limolina e a nomilina são encontradas no suco de laranja e da toranja, possuem a capacidade de estimular a enzima com alto poder antioxidante, a enzima Glutationa-S-Transferase. (CURTI, 2002).
 TOMATE, GOIABA E MELANCIA.
Substância bioativa anti-inflamatória: Licopeno (fitoquímico da família dos carotenóides)
O licopeno é um fitoquímico da família dos carotenóides  que confere a coloração vermelha e que possui inúmeras propriedades biológicas e que está presente tanto no tomate quanto na goiaba. Sua biodisponibilidade parece estar diretamente ligada ao aquecimento, ou seja, “quando ocorre exposição a altas temperaturas, luz e catalizadores, sete ligações duplas podem ser isomerizadas à forma mais solúveis e biodisponíveis”. Entre as propriedades biológicas que o licopeno apresenta, uma delas é a ação anti-inflamatória e função imune graças à atuação dos antioxidantes que melhoraram a resistência dos linfócitos ao dano oxidativo. (JUZWIAK, PASCOAL: 2004)
“O licopeno reduz a resposta inflamatória por meio da inibição in vitro, da expressão gênica das enzimas COX-2 (Ciclooxigenase-2) e iNos (óxido nítrico sintase), e pela diminuição da translocação do fator de transcrição NF-kB  (kappabeta) do citoplasma para o núcleo.” (BASTOS et all, 2009).
O tomate ainda possui um flavonóide denominado campferol que atuam no combate à inflamação através da inibição das enzimas MAPK (Proteínas Quinases Ativadas por Mitógenos): ERK e JNK. (BASTOS et all, 2009).


   ALHO
Nome científico: Allium sativum L.
Substância bioativa anti-inflamatória: ajoeno (composto sulfurado), quercetina
O Ministério da Saúde assim como o FDA (Food and Drug Administration / Administração de Comidas e Remédios) reconhecem o poder terapêutico do alho em diversas situações patológicas como: parasitoses, desconfortos gastrintestinais, dislipidemias, verminoses intestinais, na hipertensão arterial, na doença cardiovascular, câncer, além das atividades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antiasmáticas. (MARCHIORI, 2005)
AJOENO (ajocisteína)
Composto sulfurado que possui possível atividade biológica: prevenção de coágulos, anti-inflamatório, vasodilatador, hipotensor, antibiótico. (GARCIA – GOMEZ, & SÁNCHEZ-MUNIZ, 2000)
A biodisponibilidade é um dos fatores que limitam o uso do alho no dia a dia da população, já que o composto sulfurado ajoeno é extremamente volátil, ou seja, o ideal é consumir o alho in natura, macerado. (MARCHIORI, 2005)
Já para Pujol (2012) a recomendação é utilizar de forma abundante na alimentação alho e cebola, pois estes alimentos são ricos em antioxidantes, em especial a alicia e a quercetina, que auxiliam no combate ao processo inflamatório do organismo.
RECEITAS
SOPA DE QUINOA COM TOMATE
Ingredientes:
½ xícara de chá de quinoa crua em grão
1 ½ xícara de água
1 dente de alho amassado
2 cebolas picadas
2 colheres de sopa de azeite de oliva
3 xícaras de chá de tomates maduros sem pele e sem sementes cortados em cubos
1 talo de salsão picado
1 ½ litro de caldo caseiro de carne ou de galinha
1 colher de sobremesa de orégano fresco
Sal marinho à gosto.
Modo de preparo:
Cozinhe a quinoa em água por 15 minutos e reserve. Em uma panela grande, doure o alho e a cebola no azeite. Acrescente o tomate e o salsão. Deixe cozinhar por 10 minutos (ou até os tomates desmancharem) junte o caldo.  Tempere com o orégano e o sal. Por último, acrescente a quinoa cozida e desligue o fogo. Sirva quente.
Obs.: Receita retirada da Revista Brasileira de Nutrição funcional. Página 67.

MOLHO DE TOMATE COM MELANCIA
Ingredientes:
8 tomates maduros
2 xícaras de chá de melancia picadas em cubos
6 dentes de alho amassados
2 cebolas raladas
Sal à gosto
3 colheres de sopa de azeite de oliva
3 colheres de sopa de vinagre de maçã
1 colher de café de orégano

Modo de preparo:
Corte a melancia, separe a polpa vermelha, retire as sementes e pique em cubos. Retire a pele dos tomates, corte-os em pedaços bem miúdos. Liquidifique os tomates juntamente com a melancia e reserve. Leve ao fogo uma panela com ½ colher de sopa de água, o alho e a cebola e refogue até que fiquem transparentes, acrescente os tomates liquidificados juntamente com a melancia. Mexa bem. Cozinhe em fogo brando por 20 minutos. Tempere com sal, azeite, vinagre e orégano.

SOPA DE ABÓBORA COM GENGIBRE
Ingredientes:
400g de abóbora cabotiã
½ cebola roxa picada
500ml de água
5g de gengibre
2 colheres de sopa de cheiro verde picado
Sal e pimenta à gosto
Modo de preparo:
Coloque todos os ingredientes em uma panela e cozinhe até que a abóbora fique macia. Liquidifique e acerte o tempero. Utilize azeite de oliva para servir.
BOLO DE LARANJA COM GENGIBRE E LINHAÇA
Ingredientes:
1 pedaço pequeno de gengibre ralado
6 colheres de sopa de manteiga
1 ½ xícara de chá de açúcar mascavo
2 ½ xícara de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
1 xícara de chá de suco de laranja
200g de iogurte desnatado
½ xícara de chá de sementes de linhaça
3 claras batidas em neve
Modo de preparo:
Ligue o forno à temperatura média. Bata na batedeira o gengibre com 5 colheres de sopa de manteiga e o açúcar mascavo por 5 minutos. Sem parar de bater, adicione a farinha de trigo peneirada com o fermento, alternando com o suco de laranja e o iogurte. No final, acrescente as sementes de linhaça (reserve 1 colher de sopa). Incorpore as claras em neve e mexa delicadamente até a massa ficar homogênea. Despeje a massa numa assadeira de 25cm de diâmetro, untada com a manteiga restante, polvilhe as sementes de linhaça reservadas. Leve ao forno por 35 minutos ou até que enfiando um palito no bolo ele saia limpo. Retire do forno, desenforme o bolo e deixe esfriar.
Obs.: Receita retirada da Revista Nutrição Saúde & Performance, p21.

SALADA DE PEPINO E ABACAXI
Segundo Haigh (2009), o abacaxi tem alto teor de bromelina, uma enzima capaz de reduzir inflamações e inchaços, além de auxiliar na digestão. Trata-se de uma fruta cítrica e por isso contêm em sua composição substâncias bioativas anti-inflamatórias acima descritas.
Ingredientes:
300g de pepinos descascados em rodelas finas
300g de abacaxi fresco descascado picado bem miúdo
2 colheres de sopa de maionese com limão
Folhas frescas de hortelã à gosto
Modo de preparo:
Coloque o pepino em um escorredor de macarrão ou peneira, salpique um pouco de sal e deixe descansar por 4 minutos. Enxague o pepino em água corrente e esprema o excesso de água. Numa saladeira, coloque o pepino e o abacaxi e misture. Deixe na geladeira por duas horas e acrescente a maionese. Enfeite com as folhas de hortelã no momento de servir.
Obs.: Receita retirada do livro 100 Receitas de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 38.
SUCO PURIFICADOR DE UVA
Ingredientes:
20 uvas sem sementes
6 talos de salsão
Um punhado de agrião
Modo de preparo:
Processe os ingredientes em uma centrífuga, alternando as uvas, o salsão e o agrião. Misture bem e beba imediatamente.
Obs.: Receita retirada do livro 100 Receitas de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 45.

MISTURINHA BOA
Ingredientes:
½ maçã vermelha
½ maçã verde
20 bagos de uva Itália vermelha
20 bagos de uva Itália branca
1 iogurte desnatado
1 colher de sopa de mel
2 colheres de sopa de granola
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes.
Dica: acrescente castanhas e semente de linhaça dourada.
MAÇÃS ASSADAS
Ingredientes:
55g de manteiga sem sal
4 colheres de chá de frutas vermelhas
4 colheres de chá de açúcar cristal
4 colheres de chá de amêndoas em flocos
1 colher de chá de canela em pó
Uma pitada de noz-moscada em pó
2 maçãs assadas, sem casca e sem miolo
1 colher de iogurte desnatado
1 colher de creme de leite light
Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C. Misture todos os ingredientes numa vasilha, exceto as maçãs, o creme de leite e o iogurte. Divida a mistura em duas partes iguais e recheie as maçãs. Embrulhe cada uma separadamente em papel-alumínio e asse durante20 minutos. Sirva com o iogurte e o creme de leite misturados.
Obs.: Receita retirada do livro 100 Receitas de saúde: Alimentos para a Imunidade. Página 46.
PATÊ DE TOFU COM ALHO
Ingredientes:
500g de queijo de soja (tofu)
Suco de 2 limões
3 dentes de alho amassados
Quanto baste de azeite de oliva
Sal marinho à gosto
Pimenta síria moída na hora à gosto
Modo de preparo:
Amasse o queijo tofu e tempere com o restante dos ingredientes.
MOLHO DE MOSTARDA E ALHO PARA SALADAS
Ingredientes:
1 copo de iogurte natural desnatado
2 colheres de sopa de suco de limão
1 colher de sopa de mostarda
1 colher de café de grãos de mostarda
1 dente de alho passado pelo espremedor 2 vezes
Sal marinho a gosto
Azeite extra virgem a gosto.
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes. Leve ao refrigerador até o momento de servir.

OU SEJA......
Comer apenas para sentir-se com o estômago cheio já não faz parte da maioria da população que hoje está atenta para a necessidade de consumir alimentos que irão contribuir, ou ao menos, não prejudicar a saúde.
Todos os veículos de comunicação disponibilizam diariamente informações sobre dietas e alimentação saudável.
Porém, estas informações chegam de forma generalizada para a população e o uso de um plano alimentar para ser satisfatório e atingir os objetivos de quem o faz é necessário à consulta de um profissional nutricionista.
Trabalhar com reeducação alimentar é o básico e muitas vezes não contribui para atingir o objetivo almejado tanto do paciente quanto do nutricionista. A nutrição clínica funcional vem justamente nesta busca pelo aprofundamento científico e necessário para que os profissionais nutricionistas possam ter mais uma “ferramenta” científica para aprimorar seu atendimento.
Esse trabalho reúne informações sobre como atuar dentro da nutrição clínica funcional utilizando alimentos com ação anti-inflamatória.
O importante é ressaltar que atuar dessa forma não complica o processo, ao invés disso simplifica, pois direciona melhor o tratamento e deixa o paciente satisfeito com o resultado obtido.
Maiores estudos sobre os alimentos funcionais, substâncias bioativas, nutrientes funcionais precisam ser desenvolvidos para que se possa a cada dia melhorar o atendimento nutricional e assim contribuir para que a população se conscientize e envelheça com saúde e bem estar.
REFERÊNCIAS
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. Brasília: Anvisa:  2011.126p
BASTOS, D. H. M., ROGERO, M. M., ARÊAS, J. A. G. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processosinflamatórios relacionados à obesidade . Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo: SP. 2009.
BEHLING, B. E., et al. Flavonóide quercetina: aspectos gerais e ações biológicas. Departamento de Alimentos e Nutrição – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP.  Araraquara: SP, v15, n.3, p285-292, 2004.
BRAGA, S., Dieta Ortomolecular: O segredo de rejuvenescer em total harmonia. Osasco: Sp. Novo Século Editora, 2010.
CARVALHO, P. R.C., Medicina Ortomolecular: Um guia completo sobre os nutrientes e suas propriedades terapêuticas. Rio de Janeiro: RJ. Editora Nova Era, 3ª edição. 2004.
COUTINHO, M. A. S., MUZITANO, M. F., COSTA, S. S., Flavonóides: Potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório. Revista Virtual de Química, Volume 01, Número 3, p 241-256. 2009.
CURTI, F., SALGADO, J. M., Maçã: A fruta vermelha que cuida do nosso sangue. Nutrição: Saúde & Performance. São Paulo: SP, p 06-010, ano 6 edição 26, 2005.
CURTI, F. Frutas cítricas: outro importante alimento funcional na dieta do mediterrâneo. Nutrição: Saúde & Performance. São Paulo: SP, p31, ano 4 edição 16, 2002.
GARCIA-GÓMEZ L., SÁNCHEZ-MUNIZ, F., Revisión: Efectos cardiovasculares del ajo (Allium sativum). Arch Lat Am Nutr, 2000.
GERALDO, J. M., ALFENAS, R. de C. G., Papel da dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica: evidências atuais. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo: SP. 2008.
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JUZWIAK, C. R., PASCOAL, V. Tomate e Goiaba. Nutrição: Saúde & Performance, São Paulo: SP, p50/p52, ano 4 edição 22, 2004.
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