sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Nutrientes: Suplementar ou Alimentar?

 Quando pensamos em atingir as necessidades nutricionais diárias de uma pessoa, o primeiro pensamento é uma alimentação variada e rica em frutas e vegetais. Agora, se pensarmos que esta mesma pessoa trata-se de um atleta, este pensamento continua o mesmo? E se esta mesma pessoa não fosse um atleta, mas um vegetariano? Ou ainda, uma pessoa que não consome frutas e vegetais?
E quando esta pessoa possui uma doença como síndrome de má absorção intestinal? Ou faz uso indiscriminado de diuréticos? Bem, as situações são inúmeras, mas o que desejo levantar é o seguinte questionamento: como saber se a quantidade de nutrientes que o organismo necessita está sendo ingerida diariamente?
Em primeiro lugar, seja qual for a situação citada, tanto faz a via de ingestão, suplementação ou alimentação equilibrada, nenhuma das duas irá ter seu objetivo alcançado caso a saúde do TGI – Trato Gastro Intestinal não estiver íntegra. Ou seja, para que os alimentos possam liberar os nutrientes eles devem ser devidamente mastigados, deglutidos, digeridos, absorvidos e metabolizados. No caso dos suplementos, devem ser absorvidos e metabolizados. A fórmula dos suplementos deve ser biodisponível, caso contrário, os nutrientes serão eliminados via urina ou fezes.
A qualidade da composição centesimal do alimento é bastante variada, isso significa que nem sempre um copo de suco de laranja contêm a quantidade de vitamina C calculada em tabelas nutricionais, porém os alimentos contêm outras substâncias que favorecem a absorção e otimizam a ação dos nutrientes nele contido e este fato vem sendo estudado por vários cientistas. Já os suplementos não possuem esta característica.
Não estou dizendo aqui que sou contra o uso de suplementos. Estou dizendo que sou contra o uso de suplementos de forma indiscriminada e sem orientação.
A determinação de qual a melhor forma para se atingir às necessidades nutricionais de uma pessoa deve ser baseada somente após uma entrevista com um profissional nutricionista muito bem capacitado para que assim não haja danos ao organismo com a sobrecarga de nutrientes ou ainda a carência dos mesmos.
Normalmente uma dieta equilibrada, e quando necessário a suplementação dentro das RDA – Recomendação Diária Recomendada, é a escolha do profissional centrado e focado na saúde de seu paciente. Estimular a alimentação diversificada, com diferentes tipos de preparações e mudanças de comportamento alimentar ainda é o grande desafio para quem busca a saúde através dos alimentos. Os suplementos, como o próprio nome diz, suplementam o que não se atinge com a prescrição do plano alimentar, ou em casos especiais como os atletas e outros.
É importante ressaltar que independente do tipo de suplemento, todo excesso é tóxico, podendo levar danos à saúde e aos órgãos como fígado e rins. Seja consciente, seu organismo não possui substituto.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

EMAGRECIMENTO E GORDURA NO FÍGADO

 Esteatose Hepática, Obesidade e Emagrecimento: Existe relação?
Esteatose hepática pode ser denominada como: Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Esta é uma condição clínica patológica na qual ocorre excessivo acúmulo de triglicerídeos no fígado a evolução desta doença é denominada: Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) que representa a forma inflamatória e que pode levar à fibrose avançada, cirrose e Hepatocarcinoma (câncer de fígado.)
Estudos epidemiológicos têm revelado que a DHGNA é um problema de saúde pública, acometendo 20-40% dos indivíduos testados dos obesos na população estudada. Um estudo mais recente, realizado nos Estados Unidos, com 328 pacientes assintomáticos, relatou que 46% dos indivíduos tinham esteatose, 26% eram diabéticos, 68% hipertensos e 70% obesos.
No Brasil, estudos de Edison Roberto Parise e Helma Pinchemel Cotrim, utilizando a ultrassonografia (US) como método diagnóstico, encontraram em torno de 20% de esteatose hepática na população geral. Quando, pacientes diabéticos são avaliados pelo ultrassom em relação à presença de esteatose, 70% são portadores da doença.
A situação é alarmante e requer cuidados e esclarecimentos. Vamos iniciar pelos esclarecimentos.
A busca desesperada em eliminar a gordura corporal, emagrecer de forma rápida a qualquer custo, faz com que as pessoas procurem por métodos que busquem retirar a gordura que está dentro da célula de gordura (adipócito) e utilizar esta gordura como fonte de energia. Tudo isso não seria problema se toda a gordura retira fosse sim utilizada como fonte de energia, mas o que acontece é que grande parte desta gordura, o triglicérides, fica na corrente sanguínea que vai acabar sendo depositada, pelo menos uma parte, no fígado, contribuindo assim para o desenvolvimento da esteatose hepática não alcoólica.
Por isso os estudos revelam o que já não é segredo para quem acompanha o crescimento de dietas desequilibradas, tratamentos estéticos “milagrosos” e daí por diante.
A esteatose hepática não alcoólica é uma doença que pode se tornar grave e deve ser acompanhada pelo médico especialista e por uma nutricionista clínica para que a alimentação contemple o emagrecimento sem agravar a doença e principalmente preservar e recuperar o fígado e as patologias associadas como a hipertensão e o diabetes.
E para quem não tem esteatose hepática não-alcoólica, o emagrecimento deve ser orientado por uma nutricionista clínica para que assim a gordura eliminada no processo possa ser realmente eliminada e não depositada no fígado. Por isso, fique alerta! Nada de sair fazendo a dieta da sua amiga, a dieta da revista e principalmente a dieta da moda que promete emagrecimento rápido com eliminação de gordura como um passe de mágica. Cuide da sua saúde! Você merece!
Por: Dra. Tatiane Attilio
CRN3 12175
Consultas: 67 9932 8381